Porto Velho, RO – Roberto Cabrini é um dos jornalistas investigativos mais completos do Brasil. Mesmo com todo o reconhecimento já recebido por causa dos seus trabalhos condecorados, Cabrini não se encostou em cargos de chefia e faz questão de ser ele mesmo o inquisidor de suas reportagens.
O profissional já esteve frente a frente com os mais variados tipos de criminosos. Eles vão desde os de colarinho branco, como a entrevista que fez com Paulo César Farias, o PC Farias, em 1993 pela Rede Globo, aos mais bárbaros e vis, a exemplo dos até agora desconhecidos presidiários de Rondônia que cumprem pena por crimes que envolveram abuso sexual.
Roberto visitou o Centro de Ressocialização Vale do Guaporé e o Presídio Urso Branco em Porto Velho, este último palco de uma das mais sangrentas rebeliões de que se tem história em solo brasileiro. Nas penitenciárias, conheceu a face de homens que admitem, sem remorso, as brutalidades que cometeram sem deixar que suas vítimas oferecessem o mínimo de resistência.
Um deles, inclusive, é extremamente realista ao dizer que sentiu satisfação ao matar a mulher que acabara de estuprar. Isso porque havia concretizado o que estava planejado em sua cabeça. O jovem negou sentir prazer, apesar de seu semblante não esboçar qualquer sinal de arrependimento.
Os demais encarcerados questionados por Cabrini, que cumprem penas por crimes como tráfico de drogas, roubo e até homicídio, chamam os estupradores de “jackie’s”, não os perdoam e os fazem de mulher quando têm oportunidade. Para os outros presos, o estuprador merece cumprir a pena da cadeia, que é sofrer mais do que suas vítimas sofreram.
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