O registro de focos de incêndio no Brasil diminuiu 54% de janeiro até outubro, em comparação com o mesmo período de 2012, quando houve 886.957 ocorrências. Pelas imagens captadas por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de janeiro até a última semana de outubro foram identificados 402.147 registros de queimadas em todo país. Em Rondônia, o número de focos registrados entre os meses de janeiro a outubro de 2012 foi de 32.530. Esse ano, o mesmo período registrou apenas 9.724 focos de calor.Rondônia teve 22.806 focos a menos que o ano passado, representando uma redução de 70%. Só a Capital conseguiu reduzir 8.078 casos, sendo 10.232 (2012) para 2.154 (2013)
O coordenador de Operações do Comitê Estadual de Combate ao Fogo de Rondônia, Coronel Bombeiro Felipe Chianca Pimentel, explicou que, este ano, as condições climáticas estão menos propícias aos incêndios, diferente de 2012 que foi mais seco. “A mudança climática foi um dos fatores que contribuiu muito para a redução das queimadas. Quase 70% a menos de focos detectados é muito significativo, o clima está mais ameno, mais úmido. As chuvas foram mais intensas ou próximas da normalidade”, diz Chianca. Para o Coronel, as campanhas de conscientização contra o uso do fogo nas plantações e a fiscalização mais intensa pelos governos federal e estaduais ajudam a explicar a diminuição das queimadas. “As campanhas que fizemos em rádio, televisão e até no boca a boca ajudaram muito nessa redução. A notícia é boa, mas a preocupação e o trabalho ostensivo permanecem”, comemora.
Chuvas ajudaram a evitar queimadas
De acordo com o meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Marcelo Gama, no decorrer do ano de 2013 as chuvas na Capital apresentaram um comportamento próximo dos padrões climatológicos, com ligeira variação. “No trimestre seco, que é junho, julho e agosto, que coincide com o período de maior incidência de focos de queimadas, os índices pluviométricos (medida em milímetros, resultado do somatório da quantidade da precipitação de água) apresentaram valores superiores aos do ano de 2012, resultando anomalia positiva de mais de 80,0 mm ”, diz Gama.
Multa
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema) intensificou a campanha e as penalidades para evitar queimadas. A multa para quem queima é pesada em Porto Velho, vai de 50 a 100 mil Unidades de Padrão Fiscal (UPF), que vale atualmente R$ 52,34. O valor da multa depende de vários fatores, como a extensão da queimada e a hora da ocorrência. Os relatório com as ações deste ano devem ser divulgados na próxima semana.
Cidadão pode evitar queimadas
De acordo com o Coronel Bombeiro Felipe Chianca, o período de queimadas é sempre complicado e de muito trabalho para a corporação.“Nós pedimos para que a população evite queimar lixo em casa em qualquer período do ano. Tem também a cultura, muito usada no interior, de queimar as pastagens para deixar o mato mais forte. Esses pequenos focos não representam só problemas para os bombeiros, mas para o vizinho que sofre de asma, criança com problema respiratório e todo mundo acaba prejudicado por conta desses atos”, comenta. O coronel aponta a queima de lixo doméstico como uma das principais causas de incêndios florestais. “Essa é talvez a maior de todas as causas. Aqui em Porto Velho, temos algumas áreas florestadas que estão dentro de propriedades particulares. De vez em quando pegamos alguns incêndios com essas características. Isso é muito comum, principalmente na área urbana”, esclarece.
TEXTO: Laila Moraes FOTOS: Roni de carvalho / Diário da Amazônia
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