Produtores de leite e laticínios não firmam acordo para reajuste no preço do leite e, a partir de sexta-feira (15), as entregas devem parar. Com o lema “Não adianta espernear! Se não tiver acordo de R$ 1,45 a bezerrada vai mamar”, os produtores de leite se articulam pelas redes sociais com vídeos e depoimentos incentivando a paralisação. Alguns produtores já anteciparam a mobilizaram é já suspenderam as entregas. Querem fazer a negociação direta com as empresas, sem a intervenção política.
Segundo o presidente da Comissão dos Produtores de Leite, Rui Barbosa de Souza, não haverá manifestação pública como fechamento de estradas ou de empresas. “Estaremos colocando os bezerros para mamar e não entregaremos o leite aos laticínios”, explicou. Outra reclamação dos produtores é que o governo estadual estaria em diálogo com as indústrias e excluem os produtores dos debates sobre custo e venda da produção. Rui explicou que o custo para o produtor está em torno de R$ 1,02 por litro, inviabilizando o fornecimento a menos de R$ 1,45.
Querem também preço único em todos os municípios do estado. Atualmente os valores pagos variam de R$ 0,80 a R$ 1.10 por litro, dependendo da região e do laticínio. Cabe aos produtores também o custo de transportes. O pagamento também não está regular e os produtores fazem questão do dinheiro no dia 5 de cada mês.
O Diário da Amazônia fez contato com o empresário Pedro José Bertelli, presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Rondônia (Sindileite/RO), e ele informou que “no momento fará comentários” sobre a situação.
O secretário de Estado da Agricultura, Evandro Padovani, disse que a crise do leite é nacional e atingiu também a indústria rondoniense já a maior produção é exportada. Com o leite produzido no estado, as indústrias de Rondônia produzem 66% de mussarela, 13,7% leite integral e 5,8% deleite em pó. “Devido a pandemia do novo Coronavírus, a comercialização de derivados caiu 50% e afetou o preço local”, explicou. Sobre a crise no estado, Padovani disse que o governo estadual vem dialogando com as indústrias e com os produtores através de entidades de entidades representativas de classes.