Depois de sete meses de investigações a Polícia Civil descobriu o mistério em torno do desaparecimento da dona de casa Fabiane Azevedo Barbosa Dias, de 36 anos, e de dois filhos dela, a menina Tainá, de 6 , e o irmão Gabriel, de 11. De acordo com o um inquérito instaurado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), os três foram sequestrados e mortos e tiveram os corpos ocultados.
Duas pessoas suspeitas de envolvimento no triplo assassinato já estão presas. Uma delas é o técnico de sistemas de monitoramento Marlon Christian Leite Dias. Ele havia se casado com Fabiane 28 dias antes do triplo assassinato.
Padrasto das duas crianças, que são frutos de um relacionamento anterior de Fabiane, Marlon Christian é suspeito de encomendar o crime por questões passionais e patrimoniais.
A polícia chegou ao técnico de sistemas após a prisão, em abril último, de Marcos Carlos André Vieira dos Santos, um dos vizinhos da dona de casa. De acordo com o delegado Moysés Santana , da DHBF, Marcos negou ter cometido o assassinato, mas apontou o marido de Fabiane como sendo o homem que o tentou contratar para executar a dona de casa e seus dois filhos.
As três vítimas foram vistas com vida pela última vez, no dia no dia 17 de outubro do ano passado. Na ocasião, as duas crianças e a mãe foram retiradas de casa por homens armados, em Itaguaí, na Baixada Fluminense, e colocadas num furgão. Em seguida, o veículo despareceu junto com os passageiros.
Descrito por parentes de Fabiane como sendo um homem extremamente ciumento, Marlon teria sido o responsável pelo sumiço de um aparelho que grava imagens de câmeras de segurança, que estava instalado na casa onde ele morava com Fabiane e as crianças. A família das três vítimas quer agora que a polícia localize os três corpos para que o trio tenha direito a um sepultamento.
— O Marlon era ciumento ao extremo . Ele instalou um aplicativo no celular da Fabiana que rastreava os passos dela . Ela também nos contou que o marido costumava vasculhar as mensagens que ela recebia nas redes sociais e queria controlar com quem ela falava. Queremos que os restos mortais dela e dos filhos sejam encontrados para que possamos dar um enterro digno ao três. Até agora estamos tentando entender por que ele fez isso com a mulher e os enteados — disse um familiar das vítimas que pediu para não ter o nome revelado.
Para tentar dificultar a apuração do caso, os responsáveis pelas três mortes montaram uma farsa na tentativa de encobrir o triplo assassinato. Eles escreveram uma mensagem, enviada pelo celular de Fabiane, que foi endereçada ao marido. O texto informava que a vítima estaria indo embora de casa porque o local onde morava estava repleto de bandidos. A família das vítima desconfiou que se tratava de um falso comunicado porque a mensagem estava escrita com erros de português e com abreviações que a dona de casa não costumava usar.
No último dia 7 de maio, o juiz Adolfo Vladimir da Rocha, da Vara Criminal de Itaguaí, decretou a prisão preventiva de Marlon e Marcos. Como a dupla já estava presa, desde abril, por força de um mandado de prisão temporária, não houve dificuldade para os policiais cumprirem a nova ordem da justiça. Os dois já foram transferidos para o sistema penitenciário e vão responder por homicídio e ocultação de cadaver.
EXTRA.COM