Até o fechamento da edição do ‘Diário Rural’, as projeções de negócios na 6ª Rondônia Rural Show, que encerrou ontem em Ji-Paraná, pelos levantamentos preliminares das instituições financeiras, Banco do Brasil, Banco da Amazônia e Sicoob, as projeções indicavam um volume de negócios superior a R$ 600 milhões. Sem computar os financiamentos liberados pelo Banco do Povo, aos microempreendedores, em torno de R$ 900 mil e aquisições diretas de equipamentos pelos produtores rurais, assim como as vendas nos estandes das agroindústrias.
O Banco da Amazônia tinha como meta financiar R$ 300 milhões. De início liberou 192 contratos no valor de R$ 19 milhões. No entanto, de acordo com o superintendente Wilson Evaristo no parque de exposição foram firmadas propostas no valor de R$ 232 milhões 879 mil Reais. O superintendente acredita que ao final quando todas as propostas, inclusive as que estão internalizadas nas agências do interior, a meta projetada de R$ 300 milhões pode até ser superada.
No Banco do Brasil, a situação também não é diferente. Na quinta-feira foram fechados negócios na faixa de R$ 3 milhões. Na sexta-feira até o meio-dia, mais de R$ 100 milhões estavam em fase final de contratações. Neste ritmo a projeção é de que de fato, a meta de R$ 250 milhões seja superada alcançando R$ 300 milhões.
Porém, centenas de propostas no Banco do Brasil foram direcionadas pelos produtores rurais que visitaram a feira e definiram que fechariam negócios nas agências de seus municípios considerando a boa amizade e relacionamento com os gerentes regionais, estes números podem mudar significativamente para mais conforme salienta o superintendente, Antônio Carlos Soares.
Na outra ponta o Sicoob, acatou R$ 10 milhões e 698 mil reais em propostas. A meta, conforme explica Elane Cristina Carvalho, analista de agronegócio é alcançar R$ 25 milhões até o encerramento da feira. Outro dado interessante do Sicoob é que foram fechados na sexta-feira R$ 25 milhões em consórcios entre a instituição e seus associados para benefícios na área rural.
O campo produz sem ligar para a crise política
De cada dez produtores rurais, empresários e até aqueles ligados às agroindústrias, consultados sobre a possibilidade da crise política afetar os negócios no campo, nove responderam, “que a crise está em Brasília” que o agronegócio não deve se preocupar com a política e sim produzir alimentos. Uma frase emblemática de um empresário rural que pediu para não ser identificado sintetiza tudo: “as pessoas estão acreditando que o agronegócio é o motor para superar a crise”.
É verdade, se a economia no campo vai bem a crise política perde a força e se dilui naturalmente. O movimento no comércio, bancos, bares, restaurantes, churrascarias e hotéis de Ji-Paraná nesta semana de 6ª Rondônia Rural Show revelou a força da musculatura do agronegócio, provocando a circulação de dinheiro e geração de empregos mesmo que temporário, assim como, os tributos que foram recolhidos para o Estado e municípios da região.
Todos ganharam. Na sexta-feira ao meio-dia, 50% das agroindústrias instaladas no parque de exposições, já haviam comercializado praticamente todo o estoque e preparavam as mochilas para retornar às suas origens com dinheiro no bolso. Outro exemplo claro, conforme esclarece Pedro Locatelli proprietário da maior churrascaria de Ji-paraná, o movimentou dobrou em 150% ao ponto de quarta-feira às 15h não ter mais churrasco, tinha acabado a carne.
No restaurante do ‘Bigode’, de apelo popular, a clientela chegou a formar fila aguardando vaga para o almoço durante a semana. Os donos de lanchonetes e os vendedores de churrasquinhos também forraram a carteira.
A rede hoteleira de acordo com o empresário do setor Ivan Meneguetti, para atender os visitantes necessitaria de ter no mínimo mais 60% de acomodações. Empresários e visitantes que não realizaram reservas com antecedência, alguns tiveram que se hospedar, em Cacoal, Presidente Médici, Ouro Preto e Jaru.