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Segunda-feira, 26 de agosto de 2024







MÁFIA DO GABARITO: Quadrilha vendia vagas de primeiro lugar em concurso de prefeitura

A investigação da Polícia Civil apurou que os fraudadores do concurso público da Prefeitura de Mirassol d’Oeste (300 km de Cuiabá), já tinham, um mês antes da realização das provas, a colocação dos aprovados no edital do concurso. Alguns dos candidatos chegaram a pagar mais de R$ 90 mil para garantirem uma vaga no certame.

As informações foram obtidas durante a Operação Ápate, deflagrada na última quinta-feira (29). Entre os investigados está o vice-prefeito de Porto Esperidião, Antônio Carlos Laudivar Ribeiro, e a chefe de gabinete da prefeitura. Ambos foram presos.

O esquema foi descoberto após J.R.P., apontado no inquérito como o operador do esquema de fraudes do concurso, ter seu celular apreendido em uma investigação sobre o homicídio do advogado e empresário Francisco de Assis da Silva, proprietário do Grupo Fassil, em São José dos Quatro Marcos. A vítima foi morta com disparos de arma de fogo no dia 11 de outubro de 2021, na frente de seu escritório, por dois atiradores. J.R.P. foi apontado no inquérito como mandante do crime.Após perícia no aparelho, os policiais civis de Quatro Marcos apontaram em relatório de investigação evidências da fraude no concurso público de Mirassol d’Oeste, com informações que traziam como foi o esquema da associação criminosa, os envolvidos diretamente na fraude e o valor pago pelos candidatos que teriam suas vagas supostamente asseguradas.

A Polícia Civil descobriu que no dia 21 de janeiro de 2022, antes mesmo da aplicação das provas do concurso, que ocorreram no dia 27 de fevereiro do ano passado, J.R.P. já estava com a relação dos 35 aprovados, com a ordem de classificação dos cargos. Por exemplo, junto ao nome de um candidato ao cargo de Fiscal de Obras e Postura constava uma observação: ‘não precisa ser primeiro’.

Outra candidata ao cargo de enfermeira estava com uma observação ‘sexto’, enquanto que outra, para enfermeira em PSF havia o lembrete ‘primeiro’. Junto aos nomes de outros três candidatos ‘aprovados’ para o cargo de odontólogo constavam as observações de ‘primeiro, segundo e terceiro’.

Compra de vagas

O valor cobrado pelos responsáveis pelo esquema fraudulento foi de 10 vezes o salário do cargo. Por exemplo, para o cargo de enfermeiro o salário inicial é de R$ 7.038,25 e a pessoa que supostamente ficou com a vaga pagou R$ 70 mil à quadrilha.

Houve compra para cargos nas áreas de odontologia, psicologia, enfermagem e educação.

Em depoimento à polícia na última semana, um dos ‘aprovados’ no concurso confessou o pagamento pela vaga. Ele declarou que ficou sabendo que uma pessoa estava vendendo vagas para o concurso da Prefeitura e manifestou interesse na vaga para ele e sua esposa.

Depois, foi procurado pelo operador do esquema que lhe garantiu que conseguiria aprovação a um cargo e pediu o valor de 10 salários, que pagou já no ato da tratativa, à vista, uma parte e a outra, do segundo cargo ficou acertada para depois.

O interrogado foi orientado pelos golpistas a fazer a prova do concurso, normalmente, e depois seria procurado para assinar um novo gabarito que seria trocado pelo que foi preenchido no dia do concurso.

Mandados

A Polícia Civil cumpriu na Operação Ápate 82, de 84 mandados judiciais expedidos pela Justiça, entre prisões, buscas, bloqueio de bens e suspensões de atividades econômicas e de cargo. Um dos alvos da operação, sócio da empresa realizadora do concurso, teve a prisão revogada pelo Tribunal de Justiça que manteve, contudo, a suspensão de todas as empresas ligadas a ele.

Concursos em andamento realizados pela empresa foram paralisados por diversas prefeituras em Mato Grosso e em Rondônia.


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