Uma idosa de 67 anos, moradora do Bairro Aero Rancho, em Campo Grande, foi vítima de um golpe envolvendo empréstimo consignado na compra de um colchão. A mulher, que procurou a reportagem e não quis se identificar, contou que em outubro deste ano um casal que usava jaleco branco foi até a casa em que mora e se identificou como doutores e vendedores do produto que poderia ajudá-la com as dores.
A idosa, que tem arritmia cardíaca, relembra que os jalecos tinham identificação, mas os dois usavam uma pasta para tentar tapar a logo da empresa. “Eu realmente acreditei que eram médicos. Eles me fizeram várias perguntas sobre saúde, se eu era aposentada e quanto recebia. Eu até fiz café para eles”, ela recorda.
Depois de feita a proposta sobre a venda do colchão ortopédico massageador, a mulher concordou em pagar R$ 150 em 60 parcelas, o que totaliza R$ 9 mil. “Eles me pediram documentos pessoais, pegaram o meu cartão do banco e me mandaram assinar um papel”, descreve a idosa.
O homem e a mulher voltaram na casa dois dias depois e pediram que ela tirasse uma foto. “Na hora não me atentei sobre o que poderia ser”, diz. Em operações pela internet é comum que as operadoras de crédito solicitem uma imagem da pessoa que faz o empréstimo.
O colchão chegou pouco tempo depois acompanhado da surpresa no extrato da conta bancária da aposentada que recebe um salário mínimo.
Além do consignado, foi feito outro empréstimo de R$ 4.828,28 no nome da idosa e no mesmo dia o dinheiro foi “sacado” por meio de uma compra no cartão de débito no valor de R$ 4.817,30, o que não foi feito pela mulher.
“Eu não passei os meus dados para mais ninguém, só pode ter sido eles. Eles procuram pessoas com mais idade, que não entendem, e vão nos bairros mais pobres, como Aero Rancho e Moreninhas. Eles são conhecidos por aqui, mas eu nunca tinha visto. Além disso tudo, o colchão é duro demais, eu nem ligo ele na tomada, não me ajudou com os meus problemas”, lamenta a mulher.
A família procurou o Procon e foi aconselhada a fazer um boletim de ocorrência, que foi registrado como furto qualificado com abuso de confiança ou mediante fraude ou escalada e destreza.
“Quando soube fiquei ‘P’ da vida, agora já foi, mas quero fazer alerta sobre esse golpe em que eles manipulam os idosos”, contou a filha da vítima.
Jornal Midiamax