O rebanho bovino de Rondônia teve forte retomada de crescimento no último ano e pode terminar 2015 com 13 milhões de cabeças. É o que aponta um levantamento realizado no período de 15 de abril a 15 de maio pela Idaron – Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia.
As estatísticas da pecuária no estado foram enviadas à CUT nesta terça-feira em resposta a um ofício encaminhado pelo líder sindical, Itamar Ferreira. Os números apresentados pela agência se contrapõem as justificativas apresentadas pela JBS Friboi para fechar frigoríficos em Ariquemes e Rolim de Moura. A maior processadora de carne do Brasil alegou falta de matéria-prima no estado, fechou as portas de duas unidades e demitiu 736 trabalhadores.
De acordo com a Idaron, de janeiro a junho deste ano foram abatidas 1,3 milhão de cabeças, 10,31% a mais que o mesmo período de 2014. O rebanho também aumentou em alguns municípios do estado. Em Porto Velho houve crescimento de 14,69% e em Rolim de Moura 9,83%. A região de Ariquemes é hoje a que concentra o maior rebanho, chegando a quase 3 milhões de cabeças.
A Idaron também informou que Rondônia tem 44 plantas frigoríficas, 19 sob a fiscalização do governo federal, 6 do governo estadual e 19 dos municípios. A maioria fiscalizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento está voltada ao abate para exportação. Egito, Hong Kong, Venezuela e Rússia compram 92,97% de toda carne e demais subprodutos processados em Rondônia.
Os dados da Idaron fazem cair por terra a desculpa de fechamento de frigoríficos por falta de matéria-prima e corroboram com a suspeita de criação de cartel no estado. Para Itamar Ferreira, a redução do preço da arrouba, de R$ 150,00 para R$ 120,00, vai contra as próprias leis de mercado e indicam que as empresas estão forçando produtores à redução, sem que a diferença no valor da carne seja repassada ao consumidor.
“Ora, se falta matéria-prima o preço do boi deveria aumentar e não cair. É a lei da oferta e da procura. Das duas uma, ou a Friboi está mentindo ou as leis preconizadas por Adam Smith, o pai da economia, foram revogadas”, analisa o presidente da CUT.
Na última sexta-feira, a Justiça julgou Ação Civil Pública e determinou a suspensão das demissões pela JBS e multa R$ 10 milhões em caso de desobediência.
A empresa ainda não se manifestou sobre o caso. A Assessoria de Imprensa ignora e-mails e ligações e envia somente nota reafirmando o fechamento das plantas por falta de gado em Rondônia.
Fonte: Rondoniagora