A paralisação deliberada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Rondônia (SINTERO) pode impactar diretamente a rotina de cerca de 170 mil estudantes da rede estadual de ensino. A greve, aprovada em assembleia realizada no dia 31 de julho, está prevista para começar legalmente após o prazo de 72 horas exigido por lei, que se encerra nesta quarta-feira (6).
Durante esse período, o sindicato ainda busca abrir canal de diálogo com o Governo de Rondônia, mas, segundo a presidente do SINTERO, Dioneida Castilho, não houve retorno efetivo da Secretaria de Estado da Educação (SEDUC). “Encaminhamos ofícios, documentos e propostas para evitar a greve, mas não tivemos resposta. O governo permanece em silêncio”, afirmou a dirigente sindical.
Principais reivindicações da categoria
Entre os pontos apresentados pelos profissionais da educação estão:
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Reajuste dos auxílios alimentação e transporte;
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Concessão de recesso escolar para técnicos educacionais;
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Equiparação salarial;
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Progressão por titularidade;
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Realização de concursos públicos.
A presidente do SINTERO também criticou a postura da atual gestão estadual. “Durante os sete anos de governo Marcos Rocha, recebemos o mínimo. Agora, o governador afirma que faz muito. Não queremos apenas discursos, queremos valorização real”, declarou.
Governo apresenta proposta
Em nota oficial, a SEDUC afirmou que mantém o compromisso com o diálogo e destacou avanços já implementados. A Secretaria informou que apresentou uma nova proposta à Mesa Estadual de Negociação Permanente (MENP) no dia 31 de julho. Entre os principais pontos estão:
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Reajuste do auxílio-alimentação para R$ 500;
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Criação de auxílio-transporte de R$ 200 para servidores com até quatro salários mínimos;
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Implantação dos benefícios em setembro, com pagamento retroativo a agosto;
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Concessão de 10 dias de recesso para técnicos educacionais;
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Concurso público unificado em 2025;
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Parecer sobre equiparação salarial previsto para o dia 7 de agosto;
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Pagamento de abono a todos os profissionais da educação em dezembro de 2025.
Além disso, o governo destacou medidas anteriores como:
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Cumprimento integral do Piso Nacional do Magistério desde 2019;
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Reajuste de até 297% em gratificações;
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Crescimento na remuneração de professores com pós-graduação;
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Pagamento recorde de licenças-prêmio entre 2019 e 2025.
Apesar das medidas apresentadas, o SINTERO classificou a proposta como “insuficiente e irrisória” e reforçou que a mobilização da categoria é legítima diante da falta de avanços concretos.
Impactos
A possível greve preocupa pais, estudantes e gestores escolares, já que pode comprometer o calendário letivo e a continuidade das atividades educacionais em todo o estado. A SEDUC lamentou a decisão e reforçou que está aberta ao diálogo, desde que respeitados os limites legais e orçamentários.
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