O evento ocorre na sexta e sábado na Terra Indígena Igarapé Lourdes
(Gabriela Suematsu) A tradicional Festa do Jacaré, realizada pelo povo indígena (Karo) Arara, aconteceu hoje (27) e amanhã (28) na aldeia Paygap, localizada na Terra Indígena Igarapé Lourdes (Linha 74), em Ji-Paraná. O evento é uma celebração cultural que valoriza o conhecimento, a música, a dança e a culinária da comunidade.
Para a líder indígena, Shirlei Arara, a comemoração é mais uma oportunidade para promover a interação entre o povo Arara e visitantes (de origem indígena e não-indígena), e de valorizar a cultura ancestral. “A festa é realizada uma vez por ano em uma das três aldeias da comunidade. Desta vez, somos nós da aldeia Paygap”, frisou.
Shirlei afirmou que a festa é realizada há dezenas de anos pelo povo dela. Historicamente, desde os anos de 1940. “Sempre realizamos essa comemoração para lembrar as nossas origens e celebrar a nossa cultura. É assim que transmitimos para as futuras gerações o nosso saber”, lembrou. Em 2023, a tradição foi realizada na aldeia Iterap.
Na sexta-feira, a programação iniciou a partir das 9h, onde aconteceu a abertura da festa. Às 10h, os visitantes são recebidos com dança de boas-vindas e passeio pela aldeia. Ao meio-dia, será servido almoço, oferecido pela comunidade, com comidas tradicionais típicas. Uma roda de conversa inicia às 14h. Nela, será discutida a Festa do Jacaré e a importância dela para o povo Karo. Às 16h, anciões contarão histórias da comunidade indígena. O encerramento será com cantos e danças.
No sábado pela manhã, começa o ritual com a chegada do jacaré e o início da dança dos “escolhidos”. Na sequência, os visitantes são convidados para participar dele. Às 12h, inicia a preparação da sopa do jacaré, que é servida aos presentes. Apenas um animal é caçado, capturado e morto durante a cerimônia.
Em 10 de abril de 2024, o governador Marcos Rocha (União Brasil) sancionou a Lei Estadual 5.752 que institui no Calendário Cultural Oficial de Rondônia, a Festa do Jacaré. O projeto de lei foi apresentado pelo deputado estadual, Affonso Cândido (PL), com o propósito de preservar a cultura indígena.
Gabriela Suematsu