“A margem dos produtores foi ainda mais impactada nessa semana. Com a forte alta nos preços do milho, o prejuízo médio por quilo vivo frente ao valor do custo por quilo vivo em São Paulo, de R$ 5,20, está em R$ 0,30 neste momento”, avalia o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias.
Iglesias afirma que o impacto do custo não é sentido apenas em São Paulo, mas em outros estados também. “Em Minas Gerais, além dos valores mais altos, as granjas vêm enfrentando sérios problemas para se abastecerem de milho com as estradas muito danificadas pelas fortes chuvas registradas no estado, o que eleva ainda mais os prejuízos do produtor, que não dispõe do cereal para alimentar as aves”, destaca.
Os fatores positivos à avicultura nesse momento são as exportações, que seguem muito firmes, e o cenário de preços muito elevados do boi e da carne bovina, o que deve manter a carne de frango como a proteína preferida pelo consumidor médio.
No atacado, Iglesias sinaliza que o mercado ainda se deparou com preços estáveis ao longo da semana. No entanto, o cenário segue problemático, com os sintomas de um quadro de excedente de oferta ainda presente nos negócios.
De acordo com levantamento de SAFRAS & Mercado, no atacado de São Paulo os preços tiveram estabilidade para os cortes congelados de frango ao longo da semana. O preço do quilo do peito seguiu em R$ 7,90, o quilo da coxa em R$ 6,50 e o quilo da asa em R$ 8,50. Na distribuição, o preço do quilo do peito permaneceu em R$ 8,10, o quilo da coxa em R$ 6,80 e o quilo da asa em R$ 8,75.
Nos cortes resfriados vendidos no atacado, o cenário também preços inalterados durante a semana. No atacado, o preço do quilo do peito continuou em R$ 8,00, o quilo da coxa em R$ 6,60 e o quilo da asa em R$ 8,60. Na distribuição, o preço do quilo do peito se manteve em R$ 8,20, o quilo da coxa em R$ 6,90 e o quilo da asa em R$ 8,85.
As exportações de carne de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas do Brasil renderam US$ 190,085 milhões em janeiro (5 dias úteis), com média diária de US$ 38,017 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 113,739 mil toneladas, com média diária de 22,747mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 1.671,20.
Na comparação com janeiro de 2021, houve alta de 94,24% no valor médio diário, ganho de 69,33% na quantidade média diária e avanço de 14,12% no preço médio. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
O levantamento semanal realizado por SAFRAS & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil apontou que, em Minas Gerais, o quilo vivo caiu de R$ 4,90 para R$ 4,70. Em São Paulo o quilo retrocedeu de R$ 5,00 para R$ 4,90.
Na integração catarinense a cotação do frango seguiu em R$ 4,10. No oeste do Paraná o preço mudou de R$ 5,10 para R$ 5,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo retrocedeu de R$ 4,90 para R$ 4,80.
No Mato Grosso do Sul o preço do quilo vivo do frango caiu de R$ 4,80 para R$ 4,60. Em Goiás o quilo vivo permaneceu em R$ 4,80. No Distrito Federal o quilo vivo passou de R$ 4,80 para R$ 4,70.
Em Pernambuco, o quilo vivo baixou de R$ 6,10 para R$ 6,00. No Ceará a cotação do quilo retrocedeu de R$ 6,10 para R$ 6,00 e, no Pará, o quilo vivo passou de R$ 6,20 para R$ 6,10.
Fonte: Agência SAFRAS