Um adolescente passou mais quase 24 horas com um pedaço de madeira trespassado no corpo, após sofrer um acidente na serraria onde trabalha na cidade de Cabixi e não ser possível a realização da cirurgia de alta complexidade da qual ele necessita no Hospital regional de Vilhena.
Ferido desde as 17 horas de terça-feira, 16, quando uma máquina que opera “cuspiu” uma lasca de madeira contra seu abdômen, tendo esta trespassado vários órgãos, como fígado e rim, além de pressionar a arterial femoral, que leva sangue para as pernas, o adolescente de 17 anos foi trazido de ambulância para Vilhena, de onde só saiu exatamente as 13:58h de hoje, quando uma UTI área vinda de Porto Velho realizou a transferência.
Com o filho em estado grave e correndo o risco de perder uma das pernas pela falta de circulação sanguínea, a mãe lamentou a falta de informação por parte dos servidores, só tendo sabido que o filho estava sendo preparado para transferência, com o apoio da reportagem do site, que acompanhou a situação e fez contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal, repassando aos pais e amigos que a ambulância do hospital já havia saído da unidade para buscar a equipe médica no aeroporto.
Ainda segundo a família, o médico que estava no plantão quando o adolescente deu entrada na unidade foi totalmente atencioso e amparou carinhosamente a mãe, afirmando que entendia seu desespero, pois também tinha filhos, mas que iria dar tudo certo, além de manter a todos informados o tempo todo sobre o estado de saúde do garoto e sobre os trâmites de sua transferência para Porto Velho.
No entanto, quando a equipe foi trocada, até o acesso da mãe ao menor foi cortado e a família passou a não receber mais informações, entrando em desespero, uma vez que a transferência deveria ocorrer em no máximo em 12 horas e já haviam se passado mais de 20.
“Entendemos que não tem como retirar a madeira aqui porque a situação é grave, mas falta humanidade nesses funcionários, pois a única coisa que estamos pedindo é informação”, desabafou um amigo do menor.
Cientes de que a UTI área já estava em Vilhena desde as 12 horas, a família entrou em contato com a reportagem do site, que foi ao local e acompanhou a remoção do adolescente, ainda com a madeira de quase um metro fixada no abdômen, uma vez que só poderia ser retirada em processo cirúrgico delicado para evitar que ele sangre até a morte.
Informações levantadas junto aos amigos e familiares do paciente dão conta de que o processo de transferência também foi atrasado pela impossibilidade da UTI área pousar no aeroporto de Vilhena durante a noite, pela falta de iluminação.
Fonte: Folha do Sul
Autor: Leir Freitas