Em 2016, o cais flutuante do Porto de Porto Velho completará 30 anos de instalação e pleno funcionamento para distribuição de cargas diversificadas, mantendo o abastecimento e fornecimento da produção agrícola de Rondônia, como também o provimento de produtos para outros Estados da região Norte, independente do calado da vazante do rio Madeira.
A construção do porto foi iniciada em 1973 pelo então Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis (DNPVN) do Ministério dos Transportes, e servia a uma unidade do Exército. Durante a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), o porto tornou-se fundamental para a obra e para a própria cidade, que teria seu destino ligado à ferrovia, planejada ao seu redor na primeira década do Século XX.
O ciclo econômico vivido em décadas recentes decorreu da construção da BR-364. Ela possibilitou a exportação de grãos produzidos no Centro-Oeste, com rápida expansão do cultivo na própria região. Adicionalmente, o Estado tornou-se parte de um polo gerador de energia elétrica. A Usina Hidrelétrica Santo Antônio, na área do município e a poucos quilômetros do porto, já em fase de finalização das obras. Outra grande hidrelétrica é a de Jirau, ainda em construção, e que fica rio acima, também no Madeira.
A continuidade das obras, com a execução de um terminal para operações Roll-on/Roll-off. Em rampas ro-ro (sobem e descem rolando), se deu a partir do ano de 1976 pela Empresa de Portos do Brasil S.A (Portobras).
Em 22 de dezembro de 1981 o Território Federal de Rondônia foi transformado em Estado, somente em 31 de janeiro de 1985 foi composta a Administração do Porto de Porto Velho, que é subordinada à Companhia Docas do Pará (CDP). Anteriormente, o porto estava sob a administração do porto de Manaus.
O porto de Porto Velho, a partir de 1995, foi transformado em porto graneleiro, equipado e ampliado para o escoamento da produção de soja pela hidrovia do Madeira, via porto de Itacoatiara (AM), com destino ao Japão, Holanda e outros mercados.
Finalmente, em 12 de novembro de 1997, foi firmado o Convênio nº006/97 entre o Ministério dos Transportes e o Estado de Rondônia, que delegou à Sociedade de Portos e Hidrovias de Rondônia (Soph) a administração e exploração. A hidrovia do Madeira possui um porto organizado (Porto Velho) e seis Terminais de Uso Privativo (TUPs) autorizados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), destacando-se a presença de grandes operadores, como a Hermasa (Grupo André Maggi) e a Cargill.
Produção de soja e milho
De acordo com dados da Antaq, as produções de granéis agrícolas (soja e milho) e carga geral têm acesso a Porto Velho, especialmente através do modal rodoviário, para então realizar, à jusante do rio Madeira, o percurso via barcaça até os portos de Itacoatiara (AM) e Santarém (PA), onde ocorre a distribuição das cargas em navios de longo curso, seja para o mercado interno ou externo. Em 2010, a soja e o milho foram responsáveis por quase 85% do transporte de carga no rio Madeira.
No que se refere às cargas que sobem o rio, merece destaque o transporte de fertilizantes e adubos, combustíveis e óleos minerais, semirreboque baú (ou Ro-Ro caboclo), produtos químicos orgânicos, entre outros.
Estados que compõem a área de influência
Considerando-se, então, a localização do porto, é possível apontar os Estados que compõem a área de influência primária de Porto Velho, segundo o Ministério dos Transportes. Tal área abrange, além de Rondônia, o Sul do Amazonas e o Leste do Acre. Embora não conste na área definida pelo Ministério dos Transportes, o Estado do Mato Grosso pode ser incluído como área de influência do porto da capital rondoniense, visto que o mesmo movimenta cargas lá originadas.