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Domingo, 06 de outubro de 2024







Bioeletricidade derivada da cana tem que ser estimulada, diz especialista

Especialista em bioenergia afirma que o segmento também precisa ser repensado para alavancar a produção de etanol

 
  Thinkstock

As políticas públicas para o segmento também precisam ser revistas, diz Souza

A bioeletricidade gerada a partir do bagaço da cana-de-açúcar precisa ser estimulada para que a produção de etanol cresça 200% (volume necessário para atender a demanda) até o ano de 2020. A afirmação é do especialista em bioeletricidade da União das Indústrias da Cana-de-Açúcar (Única), Zilmar José de Souza, que participa nesta quarta-feira (30/10) do Seminário de Economia de Baixo Carbono na Faculdade de Economia e Administração (FEA), na Usp em Ribeirão Preto (SP).

Souza lembra que este incentivo deve ser aplicado, sobretudo, às usinas que precisam de retrofit (modernização de projetos para gerar bioeletricidade), uma vez que os greenfields (plantas mais novas) já nascem com a produção de bioeletricidade. “Primeiro, porque são produções que tem uma sinergia imensa (etanol, açúcar e bioeletricidade). A produção de bioeletricidade gera uma rentabilidade muito boa para as usinas e, nesse momento, isso é fundamental para alavancar os investimentos que foram estagnados em meados de 2008”, explica.

Mas esses investimentos não são tão simples. De acordo com Souza, assim como o etanol, as políticas públicas para o segmento também precisam ser revistas e modificadas para que a iniciativa privada se sinta segura em investir no produto, que é a mais barata energia de biomassa existente (R$10/Megawatt mais barata que a energia eólica). “Precisamos de uma política de longo prazo”, diz.

As mudanças começariam, segundo ele, nas regras dos leilões de comercialização de energia, hoje unificados sem diferenciação de fontes ou mercados, por exemplo. “Deveríamos ter leilões por fontes ou submercados, além de reconhecer as externalidades na precificação nos leilões, projetar a diminuição dos custos associados aos projetos existentes”, diz ele. Nesse caso, a conexão (meio de transmissão da energia do produtor ao mercado) deveria ser revisto com prioridade. “Hoje, quem paga por isso é a usina, não o governo. Quem produz bioeletricidadequer vende-la, precisa investir em sistemas de transmissão da usina até o sistema. Isso pode significar centenas de quilômetros”.

Ele também cita renegociações tributárias e facilidade em financiamentos como itens que poderiam reduzir os custos de produção energética. “Também temos que aprimorar as fontes de energia e introduzir tecnologias novas, como a geração de bioeletricidade a partir da palha, um subproduto altamente energético”, diz.

Ainda de acordo com Souza, mesmo que o etanol de segunda geração (gerado a partir da palha) comece a ter uma produção em escala, este não seria um problema. “Há uma oferta imensa de palha, não vejo que haverá concorrência entre a produção de etanol 2G e geração de bioeletricidade”.


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