Uma bebê foi encontrada abandonada em um saco plástico debaixo de uma árvore no Residencial Eli Forte, em Goiânia, na tarde de domingo (29). Segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBM-GO), a menina estava com leve hematoma na testa e escoriações no pé esquerdo. Ela foi resgatada pela dona de casa Sirlene Augusto de Campos.
“É o costume que tenho de trazer meus netos aqui na pracinha, eu vinha trazendo eles, quando escutei o choro. Pensei que era gatinho, aí vim ver e entrei em desespero”, relatou a moradora à TV Anhanguera, ao encontrar a recém-nascida.
Sirlene conta que pediu um dos netos para chamar a filha e que outros moradores se mobilizaram para ajudar. Eles cobriram a menina com cobertores e uma das mulheres, a gerente Silmara de Oliveira, que tem uma filha de 1 ano e 8 meses, a amamentou.
“Na hora que vi ela ali, chorando, eu a coloquei no colo, ficou quietinha, mamou e chegou a dormir no meu colo. Estava com muita fome e mamou nos dois peitos”, disse a mulher.
Resgate
O CBM-GO confirmou que a menina aparentava ter apenas poucos dias de vida. De acordo com a corporação, ela tinha um hematoma leve na testa e uma escoriação no pé esquerdo.
A corporação ressaltou que quando a equipe chegou ao local, a bebê já estava aquecida com cobertores cedidos pelos moradores. Os militares realizaram os primeiros atendimentos, como limpeza e avaliação de sinais vitais, antes de encaminhá-la à Maternidade Municipal de Aparecida de Goiânia, no Setor Garavelo, onde segue internada.
Os bombeiros acrescentaram que na maternidade, a bebê recebeu cuidados médicos e aguarda os encaminhamentos legais feitos pelo Conselho Tutelar.
“Quando ela [recém-nascida] receber alta, vai estar à disposição do Conselho Tutelar. A gente vai levar para uma casa de acolhimento, para deixar ela em segurança e agora começa uma busca por parente, pela mãe, pelo pai”, esclareceu à TV Anhanguera Pedro Lima, conselheiro tutelar da região Oeste de Goiânia.
Ele ressaltou que caso nenhum parente seja localizado, a bebê ficará na casa de acolhimento à disposição da Justiça, que pode colocá-la para adoção.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia esclareceu que o Conselho Tutelar poderá ter acesso a “informações e dados clínicos para garantir a proteção dos menores” (veja nota na íntegra ao final do texto).
“No entanto, a saída de um recém-nascido (RN) da instituição geralmente requer autorização judicial, que deve ser fornecida pela juíza da infância e juventude” cita trecho do comunicado.
Acerca do estado de saúde da criança, a SMS informou que ela “segue estável e sendo acompanhada pela equipe de pediatria” da maternidade.
Agora, a Polícia Civil de Goiás (PC-GO) irá investigar o caso para identificar quem abandonou a criança.
Primeiros atendimentos à recém-nascida abandonada em Goiânia, Goiás — Foto: Divulgação/CBM-GO
Nota da SMS de Aparecida na íntegra
Informamos que recebemos um recém-nascido (RN) trazido pelo corpo de bombeiros, que foi resgatado de uma situação de abandono. Já iniciamos todos os trâmites necessários junto ao Conselho Tutelar para garantir o adequado encaminhamento e proteção da criança.
O recém-nascido segue estável e sendo acompanhado pela equipe de pediatria.
O Conselho Tutelar tem a função de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, podendo, em algumas situações, acessar informações e dados clínicos para garantir a proteção dos menores. No entanto, a saída de um recém-nascido (RN) da instituição geralmente requer autorização judicial, que deve ser fornecida pela juíza da infância e juventude.