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Domingo, 24 de novembro de 2024, às 07:56:10 - Email: [email protected] - Tel: 69 9 9284-5099



Focos de queimadas: Rondônia tem pior julho em quase duas décadas, aponta Inpe

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Em meio a um período de seca extrema, Rondônia bateu recordes de focos de queimadas: o mês de julho foi o pior em quase duas décadas. As informações são do Programa BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

🔎 Um foco precisa ter pelo menos 30 metros de extensão por 1 metro de largura para que os chamados “satélites de órbita” possam detectá-lo. No caso dos satélites geoestacionários, a frente de fogo precisa ter o dobro desse tamanho para ser localizada, segundo informações do Inpe

Segundo os dados do BDQueimadas, julho foi o mês com maior número de queimadas de 2024 (até o momento) e também o pior se comparado com o mesmo período dos últimos 19 anos.

Histórico de focos de queimadas do mês de julho em RO
Índice não apresentava aumento desde 2005

O mês também se destacou negativamente em relação à seca. O Rio Madeira bateu em julho uma sequência de recordes, com níveis mínimos históricos. Famílias ribeirinhas já sofrem com a falta de água e praias gigantes se formaram onde antes era possível enxergar somente água.

😷O cenário de seca e queimadas excessivas contribuem para colocar Porto Velho entre os piores índices de qualidade do ar do país. Especialistas relacionam as novas frentes de desmatamento, avanço das pastagens no sul do Amazonas e as queimadas na região como os principais responsáveis pela péssima qualidade do ar.

Seca do rio Madeira em 2024 — Foto: Edson Gabriel

Seca do rio Madeira em 2024 — Foto: Edson Gabriel

Contabilizando os sete primeiros meses de 2024, o estado de Rondônia registrou 2.082 focos de queimadas, o que corresponde a um aumento de 183% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando 736 focos foram detectados.

Ainda de acordo com o Inpe, há mais de 10 anos Rondônia não registrava um crescimento tão considerável na quantidade queimadas entre janeiro e julho. Em 2024, os números atingiram níveis recordes.

Focos por região

De acordo com a plataforma do Inpe, Porto Velho e Nova Mamoré são os municípios com as maiores concentrações de queimadas em Rondônia (até o dia 26 de julho).

  • Porto Velho: 265 focos;
  • Nova Mamoré: 191 focos;

A maioria dos registros em áreas rurais estão em regiões como:

  1. Cadastro Ambiental Rural (CAR),
  2. seguidos por Unidades de Conservação (UC) e
  3. Terras Indígenas (TI).
Focos de queimadas por município de Rondônia em 2024 — Foto: Programa Queimadas/Inpe

Focos de queimadas por município de Rondônia em 2024 — Foto: Programa Queimadas/Inpe

Nos estados que fazem parte da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão) foram registrados mais de 51 mil focos de queimadas entre 1° de janeiro a 31 de julho deste ano, ainda conforme dados do Inpe.

Poluição do ar

Especialistas explicam que uma das principais consequências das queimadas e do desmatamento na Amazônia é a poluição ar em Rondônia. Como exemplo, Porto Velho, que registrou pela segunda vez neste ano a pior qualidade do ar do Brasil.

De acordo com o professor do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Artur Moret, os principais vilões da poluição do ar são as queimas de combustíveis fósseis e biomassa (que geram CO, CO2 e material particulado), reações químicas (que produzem NOx e SOx) e a digestão de material orgânico (que libera CH4).

Na Amazônia, as queimadas são responsáveis pelas maiores emissões de CO, CO2 e PM. Além disso, o desmatamento reduz a capacidade da floresta de absorver carbono.

“Por isso, os piores índices de qualidade do ar ocorrem durante o verão amazônico (seca), quando há maior probabilidade de queimadas”, explica Artur.

 

Fumaça cobre céu de Porto Velho na última sexta-feira — Foto: Gladson Souza/Rede Amazônica

Fumaça cobre céu de Porto Velho na última sexta-feira — Foto: Gladson Souza/Rede Amazônica

Um dos principais poluentes do ar na capital de Rondônia é o PM 2,5, uma partícula inalável ultrafina que é mais difícil de ser eliminada no organismo. As principais fontes desse material particulado são: queima de combustíveis fósseis, queima de biomassa vegetal, emissões de amônia na agricultura e emissões decorrentes de obras e pavimentação de vias.

Em 2022, por exemplo, Porto Velho foi classificado como o segundo município do país que mais emitiu gases do efeito estufa: os causadores do aquecimento global e que contribuem para a má qualidade do ar. Entre os maiores emissores, está o setor de “alterações de uso da terra”, que inclui o desmatamento e as queimadas.

Para realizar uma denúncia de queimadas, é necessário entrar em contato com os órgãos responsáveis. Em Rondônia eles são as secretarias municipais e estadual do meio ambiente. Em caso de incêndios, a população deve ligar para 193 (Corpo de Bombeiros).

Por Emily Costa, g1 RO

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